segunda-feira, 30 de maio de 2011

No meio do caminho tinha o Robert

Dando andamento a série de entrevistas iniciadas com Roldinei – veja post do dia 21 de Março 2011 – fiz questão de escolher a dedo o próximo entrevistado.
Ele é com certeza, uma pessoa única, que desperta a simpatia por onde quer que passe.
Um “Guerreiro Medieval”, ou melhor, um guerreiro da Amazônia, que veio a Belo Horizonte estudar, trabalhar e se preparar para fazer o que ama.
Da Amazônia para o mundo, este é o Robert Silva Santos.

Seus projetos não são modestos. Para este ano, ele espera escrever seu 4º livro e quer transformar as histórias dos 3 primeiros (“Guerreiros Medievais”) em filme.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
(como já dito, o texto foi produzido a partir da entrevista, dos buracos da minha memória e da minha interpretação livre)

M – Robert, vamos começar do começo: quantos anos você tem?
R – 24 anos, mas com cara de 17!
M – Como e por que você resolveu vir a Belo Horizonte?
R – Vim para cá porque quero estudar Cinema. Tenho um projeto de transformar meu livro em filme, então agora eu estou estudando para passar na federal. Meu amigo, que é daqui, é que falou para eu vir para cá, que a cidade era boa. Eu ia até morar com este meu amigo, mas na época que eu vim, deu tudo errado. Ele se mudou de BH e foi para os Estados Unidos trabalhar em um jornal, então eu tive que encontrar outro lugar para morar. Também tenho um irmão que mora aqui, mas eu não gosto dele não. Prefiro não procurar ele porque não me dou muito bem com ele porque ele é meu irmão por parte de pai.
(Comentário de Mirilim: é assim mesmo gente, sem pausa nenhuma).
M – E onde / com quem vc mora agora?
R – Ah, agora, moro com uma professora de português e dança e outro menino que estuda na FUMEC.

M – Mas como vc conheceu eles aqui?
R – Vi um anúncio – um cartazinho – no restaurante onde eu almoço de vez em quando. Aí, eles estavam procurando alguém para dividir o apartamento e eu fui.

M – Mas vc não teve medo?? Vc não conhecia estas pessoas e morar junto é algo complicado...
R – É verdade. Eu ficava pensando “Meu Deus, será que eu vou dar conta de morar com estas pessoas?” mas hoje eu gosto... Eles está fizeram um aniversário surpresa para mim outro dia. É. Compraram bolo e tudo. Chorei muito este dia. Eu adoro chorar...

M – É mesmo? Então vc deve chorar vendo filmes?
R – Choro... você já viu Harry Potter? Pois é eu chorei vendo este... Quando mataram o amigo do Harry (me esqueci o nome dele), eu não gostei não...

M – Vc já conhece o www.idasevindasdemirilim.blogspot.com , né?
R – Já sim. Aquele dia que você me falou, eu entrei para ver. Morri de ir daquele dia que você falou que escutou a conversa do homem da fila. Eu também faço isso: escuto a conversa dos outros! Uma vez, entrei na conversa de uma moça da fábrica (onde ele trabalhava antes) com as amigas dele. Ela tava contando um não sei o que lá do marido ele e eu não aguentei e disse que achava que isso que o marido dela fazia era errado. Ela não gostou muito não... Me chamou de enxerido (por que será??).

M – E Belo Horizonte para vc? É seu trânsito ou seu destino?
R – Ah... para Manaus eu não voltou – só para visitar... Mas não sei mais para onde eu vou não... Talvez Los Angeles, por causa do filme. Belo Horizonte é meu trânsito. De 0 a 100, aqui é o Km 50.

M – O que vc acha da cidade?
R – Esta cidade marca muita coisa para mim. Oh, para começar, acho que fiquei mais maduro. Lá em Manaus, com meus amigos e minha família, eu era sempre muito protegido... outro dia eu adoeci aqui em Belo Horizonte (Robert queimou a perna muito sério). Foi horrível. Eu achei que ia morrer sozinho em casa! Isso é triste! Mas tirando este dia, eu gosto de andar sozinho aqui... todo sábado eu saio. As meninas do trabalho ficam perguntando e eu falo com elas que eu vou ao cinema sozinho. (...) A solidão inspira, sabia? É. Aqui em Belo Horizonte, eu escrevo mais.
Mas eu gosto da cidade. Eu adoro ver que, a uma hora da manhã, ainda tem barzinho aberto na rua! Lá em Manuas, parece que a meia noite, toca o relógio e o povo sai correndo para casa... Aqui parece que a cidade não pára! (pergunte se algum belo-horizontino concorda com isso!! Se achar alguém te dou um doce!)

M – Além do cinema, onde você gosta de ir?
R – Ah, eu gosto de ir no Parque das Mangabeiras. Acho que, por ser de Manaus, eu me sinto bem, com verde perto de mim. Sentar de baixo de uma árvore me faz muito bem. Eu fico ali de baixo pensando um teeempão.

M – Como e porque você começou a escrever?
R – Eu comecei escrevendo umas aventuras para meu grupo de amigos e eu jogarmos RPG (para quem não conhece, o esquema do RPG é o seguinte: antes de começar a jogar, uma aventura / uma história é definida e ela vai se modificando a partir de como o jogo caminha e da sorte dos jogadores / personagens. Na grande maioria das vezes, as histórias têm temas medievais, com bastante magia e figuras fantásticas). Meus amigos que me estimularam. Aí eu comecei e não parei... tinha vez que eu está sonhava com os personagens, acredita?

M – E o qual autoral são suas histórias?
R – Se as histórias são minhas??

M – Que são suas, eu sei – vc as escreve. Mas quero saber o quanto de você tem no guerreiro, no personagem.
R – Ah, tem tudo. Por exemplo, a moral deste livro que vai virar filme, é que a gente nunca deve confiar demais nas pessoas que estão muito próximas de você. Escrevi isso porque tenho uma história de traição – experiência própria. Tem sempre um Judas no meio, sabe? Esta minha história é que uma amiga, para quem eu contava tudo da minha adolescência, foi e falou para todo mundo meus segredos. Por isso que o livro tem uma vilã. Além do que a vilã, é sempre mais legal que o vilão, né?

M – Por quê?
R – Porque o vilão pode ser mal, ele mata e faz maldade e pronto. A vilã não. Ela pode até matar, mas antes, ela induz, ela seduz. É igual a vilã da história: ela faz os outros fazerem as maldades que ela manda. Eu sou muito noveleiro – adoro. Vc lembra aquela novela da Flora? Eu gostava muito do vilanismo dela. Ela articulava, seduzia. Eu mesmo achava que a outra lá da história é que era a vilã...
Em agosto, vou começar a escrever o 4º livro sequência...

M – Achei que o 3º era o último da história.
R – Ele é, mas o 4º é um complemento. Os 3 primeiros, escreve usando a estrutura de “começo, meio e fim”. Mas o 4º vai ser um extra. E nele vai ter um super vilão – mais do que a vilã que te falei antes. Vou construir este vilã baseado nos meus irmãos –tive irmãos muito ruins – e na minha madrasta (mulher do meu avó, que me criou). Eu era muito sem liberdade. Mas em Janeiro de 2012, eu vou escrever meu primeiro livro contemporâneo. Um Romance. Um amigo meu me perguntou como é que eu vai escrever um romance se eu não namoro... ah, mas vou escrever assim mesmo.

M – Vc está sozinho atualmente?
R – Já faz um tempo, uns 2 anos. Ah não sei.

M – Mas a solidão é uma opção ou uma imposição?
R – Não dá para namorar e escrever. Com alguém, vc se distrai... e acho que eu prefiro escrever. Prefiro as histórias.
Acho que o amor esparra em você e te pega desprevenido... a hora que for...

M – E como você se descreveria para alguém?
R – Ahh, vou falar o que falam de mim, tá:
1) Eu falo muito;
2) Sou amante da vida: Se me mandassem escolher entre uma vida sem graça de 100 anos e outra de 50 anos, cheia de aventuras, eu iria escolher a mais curta (por que será que ele saiu de Manaus e veio para BH sozinho?? Qualquer semelhança com um guerreiro nas terras altas é mera coincidência...);
3) Sou curioso;
4) Sou burro – (como assim,Robert?!) é. Não sei nada de matemática! Hehe
5) Sou responsável.

M – Qual a primeira música que te vem à cabeça?
R – “Over come”, do Creed. Minha banda favorita.

M –E a segunda?
R – Creed também. “With arms wide open”. De braços bem abertos.

M – E o que mais você quer falar para mim?
R – Que meu filme preferido é O Senhor dos Anéis (O retorno do rei) e Titanic. Que minha cor preferida é preta. Que meu número da sorte é o 14 e que meu signo é gêmeos.

Obrigada, Robert!

(para quem ficou curioso(a) para conhecer mais sobre o Robert, acessem: www.guerreirosmedievaiss.blogspot.com)

terça-feira, 17 de maio de 2011

idas e vindas versão tv

o canal GNT está com um programa novo, que se chama CHEGADAS E PARTIDAS. ele é apresentado pela Astrid (aqueeeeeela da MTV de mil anos atrás) e tem como tema, histórias de pessoas comuns que estão nos aeroportos do brasil.
Antes de fazer este post, dei uma olhada no site do programa e me peguei emocionada e sorrindo com o programada...  http://gnt.globo.com/chegadasepartidas/Videos/_1483096.shtml

Assinado: Maria Manteiga!

ps: GNT, se quiserem, posso ser correspondente de vocês!!
fonte: revista da tam (capa carlos saldanha)

domingo, 15 de maio de 2011

são apenas balas

outro dia fiquei presa no trânsito na avenida do contorno - até aí, tudo normal.
como estava sozinha (sem rádio, sem música, etc), busquei distração como a mulher (levemente) neurótica que sou: resolvi arrumar o carro.
Saldo: 1 caneta que não funcionava mais, muitos papéis distribuídos em sinal de trânsito, 3 medalhinhas de santo de meu pai, 1 pote começado de álcool em gel, R$ 1,35 em moedas, várias presilhas de cabelo, 7 papéis de registro de ponto e, em destaque, 12 balas.

A descoberta dos docinhos seria um evento de muita alegria para a mulher em TPM que sou/estou, mas como estou de regime, estufei o peito e relembrei minhas promessa de não comer doce por 1 mês. Eu poderia oferecer as balas para as pessoas que entram no carro e pegam carona comigo, mas aí bateu a dúvida da tradicional família mineira que reside em mim: será que elas se ofenderiam se eu as oferece balas de motel (paaaasmem! sim, como mulher e ser vivo que sou, vou a motéis e recebo balinhas na saída)?? Achei melhor ficar quieta e deixei as balas onde estavam.

Naquela mesma noite, uma querida pessoa entrou no carro e, vendo das balas, não só adorou mas pediu uma. Com muito gosto, entreguei-a uma porção.
Tudo resolvido.

Quando vc oferece, também se expõe. E ás vezes, é disso mesmo que as pessoas gostam... Sou assim.

sábado, 7 de maio de 2011

Este é dos difíceis

Acho que quando criei este blog, eu não tinha noção da versatilidade de assuntos que eu poderia trabalhar de baixo deste tema – idas e vindas... Hoje, estou especialmente pensativa, então nada mais me resta se não dar assas aos meus pensamentos.


A idéia do blog é falar sobre o que passa pela minha cabeça quando eu estou em trânsito, de um lado para outro, enquanto eu vou e/ou volto. Hoje a noite percebi o quanto este movimento de ida + vinda é complexo. Perceba que o pulo do gato aqui é entender que as coisas vão E voltam para vc. Que tudo bem dois lados e que ir é muito diferente de vir. Cada fez que vc “vai”, vê as coisas de um jeito. Quando vc “volta”, pode-se até chegar ao mesmo lugar, mas a perspectiva é outra. Talvez eu consiga me explicar melhor através de um exemplo. Imagine que vc está sentado em um balanço – indo de um lado para o outro, ora subindo, ora caindo. Vc sai e chega ao mesmo lugar (a posição em que o balanço para), mas ir e vir são dois movimentos muito diferentes.São diferentes porque a sensação de se aproximar o céu é muito diferente do sentimento de se acercar do chão – apesar de serem o mesmo trajeto. Quando vc vai, a passagem se aproxima mas quando vc volta, na sua frente, tudo se afasta.

Cito como exemplo uma situação atual: estou sempre acostumada a viajar e deixar BH. Desta vez, eu fui deixada em BH. É a mesma viagem, o mesmo movimento, mas ao invés de “me aproximar do céu”, estou no movimento contrário, chegando próxima ao chão. Sempre saí, deixando a casa vazia. Agora, a casa vazia sou eu. Outro exemplo: primeiro diga “eu te amo” para alguém. Depois, peça para que digam a mesma frase para você. Soa diferente, né?... Uma coisa é ir (dizer), a outra é vir (ouvir).

A complexidade está aí: o ir e vir implica na mudança de perspectiva, em enxergar como é o outro lado da moeda. E às vezes isso não é fácil. Ir e Vir é trocar de papel; de posição; de situação para oposição; é passar de senhor escravo, de reprimido a repressor; de filha a mãe.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

por aí

esta é auto-explicativa...aff
contribuição: Wlad